Proteção

Um momento de união e acolhida

Primeiro Encontro de Imigrantes ocorreu na Cáritas Arquidiocesana de Pelotas

Paulo Rossi -

Migrante é aquele que muda de um país, região ou lugar. Em Pelotas, são vários os imigrantes que escolheram a cidade do doce como novo local para fazer morada. Na tarde dessa sexta-feira (28), um grupo com cerca de 20 pessoas se reuniram no Primeiro Encontro de Imigrantes, organizado pela Cáritas Arquidiocesana. O momento foi de troca de experiências e de conversas em roda, em alusão à 34ª Semana do Migrante, que terminou no último domingo.

Uma rede de apoio entre os refugiados é essencial para que se sintam bem-vindos e confortáveis quanto aos novos costumes e experiências que viverão no Brasil, como explicou a professora coordenadora do grupo de pesquisa em Políticas Migratórias e Direitos Humanos da Universidade Católica de Pelotas (Gemigra/UCPel), Anelize Corrêa. O grupo foi criado há seis anos e desde então analisa os fluxos migratórios da região. "É preciso que eles se sintam recepcionados aqui", ressalta a coordenadora. O momento de conversas foi alusivo à 34ª Semana do Migrante, que ocorreu de 16 a 23 de junho, e teve como intuito fortalecer essa ligação entre povos. Em roda, estiveram presentes migrantes da Venezuela e Moçambique, além de Quilombolas da região.

No caso do venezuelano Daniel Enrique San José, a rede de apoio iniciou no ano passado, enquanto ainda estava morando em Roraima. Por motivos políticos, ele veio em direção ao país para fazer morada e iniciar uma nova etapa de vida. "Vim para estudar aqui", contou, misturando um pouco da língua portuguesa com a espanhola. Lá na Venezuela, ele participava do laboratório de estudos do curso de graduação em Química da Universidad do Oriente, localizada em Cumaná, capital de Sucre. Era ativo do movimento estudantil, um dos motivos que o fez viajar tantos quilômetros em busca de um abrigo seguro. Em 2016, iniciou uma série de protestos junto de outros colegas do Núcleo Sucre, onde estudava.

A repressão era forte, tanto que os colegas agora estão "espalhados pelo mundo", como ele destaca. Chile, Peru, Equador, Espanha e Colômbia são alguns dos países na qual os amigos estão morando hoje. Enquanto estava em Roraima, o jovem de 19 conheceu o pároco Sérgio Luiz Pereira, da Paróquia Nossa Senhora de Conceição de Piratini. Essa conexão resultou na vinda de Daniel e mais uma família de venezuelanos ao país. Em busca de estudo e emprego, Daniel conta com alegria que começará em um novo trabalho na próxima semana.

Sérgio Luiz, que também é padre, retornou a Roraima no último ano com o intuito de ajudar os refugiados que lá estavam. "É uma questão desumana o que a gente vê lá", lamenta. No município de Boa Vista, Daniel se encontrou com a própria família, que não pode, ainda, se unir à ele em Pelotas. No Cáritas de Pelotas, o sentimento de pertencimento a cidade é reforçado diariamente com ações como a dessa sexta-feira, além dos grupos de conversas espalhados por todo Rio Grande do Sul, visando migrantes de diversos locais. A integração entre os que estão em Pelotas e Piratini é vista como positiva pela assistente social do local, Márcia de Almeida.

Localizado na avenida Domingos de Almeida, ao lado do Instituto de Menores Dom Antônio Zattera, o Cáritas acolhe os imigrantes e proporciona experiências de trabalho voluntário. A Feira da Fraternidade, por exemplo, ocorreu no último mês e contou com a ajuda dos refugiados.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Novo Sistema de Cadastro Vinícola apresenta dados de colheita e produção da safra 2019 Anterior

Novo Sistema de Cadastro Vinícola apresenta dados de colheita e produção da safra 2019

Aneel define bandeira amarela nas contas de energia de julho Próximo

Aneel define bandeira amarela nas contas de energia de julho

Deixe seu comentário